quinta-feira, 27 de junho de 2013

Quero anunciar para os meus leitores,(são quase 10.000), seguidores,amigos e pessoais que me procuram para receberem orientações, que a partir de julho, esse blog não publicará mais assuntos esotéricos, astrológicos e estudos relacionados a maçonaria. Quero anunciar para os irmãos da Maçonaria das Lojas Simbólicas e do Supremo Conselho, que no dia 24 de junho de 2013, que não não faço mais parte da Sublime Ordem e também me retiro da Ordem dos Conclave dos Magos e entregarei os meus pertences relacionados para os irmãos.

Contudo, fica a amizade e as lembranças de grandes amigos que tive. Esse Blog somente publicará assuntos relacionados a Histórias,Sociologia, Religião e Cristianismo.


Grato

Professor Roberto Mirabelli  

quarta-feira, 27 de março de 2013

Ester Rodrigues, aluna do 1° ano do ensino médio do CIEP Porto da Estrela no bairro de Imbarie - Duque de Caxias Estado do Rio de Janeiro, é Orfa de mãe, pediu que publica-se em meu blog o seu nome e o nome da sua mãe verdadeira, na esperança de um dia encontra-la. Aqui esta os dados:

Nome da mãe atual : Celi Rodrigues

Endereço: Rua Epidacio Pessoa - Vila do Sape

Bairro: Imbarie

Cidade : Duque de Caxias 

Data de nascimento Ester Rogrigues : 13/12/94 - 95 ou 96

Hospital Geral de Bonsucesso



Ela procura:

Luciene Alves Lourenço

Viviane Alves Lourenço


Telefone : 92774902 - Ester


Professor Roberto Mirabelli

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O HERÓI SUMÉRIO GILGAMESH


 Gilgamesh


Um pequeno relato de Gilgamesh, o grande herói Sumério e suas viagens fantásticas, que através de seus feitos corajosos foi base de inspiração para a elaboração dos livros de Gênesis, O livro de Jó, A Divina Comédia de Dante e as Odisséias de Homero.

A realização de uma obra de arte, perdurável através dos séculos, é um dos mais notáveis "milagres" feitos pelo homem. É a realização intelectual e artística cuja verdadeira origem permanecerá largamente incompreendida.
Há nove mil anos, um sumério inventava a escrita e inaugurava a Era Histórica. É interessante salientar as notáveis conquistas intelectuais e materiais desse povo, inventor da escrita, fundador da civilização, iniciador da tradição intelectual do Oriente e do Ocidente, e berço das artes, das letras e das ciências.
A Literatura Suméria, a mais antiga conhecida pela humanidade, é paradoxalmente a que mais demorou a ser conhecida pelo homem moderno. Seu estudo foi iniciado após a descoberta da escrita e do povo sumério em meados do século passado. Está documentada em milhares de tabuletas de argila escavadas nas cidades mesopotâmicas. A maior parte desta literatura era formada de poemas de mitos e lendas, cantares épicos, documentos historiográficos, ensaios curtos e longos, dizeres e provérbios, assim como hinos e lamentações provavelmente usados nos cultos religiosos.

Cantar de Gilgamesh

O Cantar de Gilgamesh , considerada a obra-prima da literatura suméria, é um canto épico que narra as façanhas do Rei-herói, Gilgamesh, da antiga cidade de Uruk, na Mesopotâmia. O tema central vai além da narração de viagens, lutas e aventuras, temores e sonhos do protagonista: canta-se à amizade, ao amor, aos sentimentos de vingança, fala-se de opressão, de arrependimento e, acima de tudo, do temor à desaparição final e ao esquecimento após a morte. Este último é que leva Gilgamesh a uma procura insólita, desesperada e falida, mas não inútil, pela sua transcendência, da imortalidade.
Gilgamesh, talvez, o primeiro personagem histórico, viveu em torno do ano 2700 a.C., reinou em Uruk (a Erech bíblica) e construiu suas muralhas. Na lendária relação dos reis sumérios, ele é o sexto rei após o Dilúvio.
A obra em si parece, às vezes, obscura, principalmente por ser conhecida de forma incompleta. A mais antiga versão existente do Cantar foi escrita em sumério, por volta do ano 2000 a.C., sendo cópia de trabalho muito mais antigo. No próprio Cantar consta que, após retornar de suas viagens, o próprio Gilgamesh o escreveu, numa estela de pedra que colocou na base das muralhas de Uruk. Teria, desta forma, sido escrito poucos séculos (quatro a seis?) após a invenção da escrita.
Ponto de partida da literatura universal, a obra surge tão evoluída que, ainda hoje, mesmo separados pela barreira de 47 séculos, pela diferença de sensibilidade e pela nossa cultura moderna, configura-se uma leitura apaixonante, ainda que pouco conhecida fora dos círculos acadêmicos.
Ela nos toca não apenas pela sua beleza, mas também pela sua criatividade temática e técnica; os efeitos e técnicas poéticas que utiliza são invenções da literatura suméria, que a civilização atual continua usando, aperfeiçoados nos quatro a cinco milênios transcorridos:

O uso da métrica e da rima era desconhecido, mas praticamente todos os demais artifícios e técnicas poéticas foram usados com habilidade, imaginação e efeito: repetição e paralelismo, metáfora e símil, coro e refrão. Na narrativa poética suméria, contos épicos e míticos, por exemplo, abundam os epítetos estáticos, longas repetições, fórmulas recorrentes, longas e demoradas descrições e longos discursos. (Kramer, Os Sumérios, sua História, Cultura e Caráter, The Univ. of Chicago Press, 1963).

Esta e outras obras sumérias foram amplamente disseminadas, conhecidas e copiadas no Oriente Médio durante mais de dois milênios, recontadas e parcialmente incorporadas pelos escribas (e pelos nar ou aedas) em obras maiores. Grandes escritores usaram livremente temas sumérios, como no Gênese e no Livro de Jó, por exemplo, e também em obras muito posteriores do Ocidente, como a "Descida ao Inferno" retomada por Dante na Divina Comédia. Homero possui ampla dívida com os sumérios: temática, nas viagens de Ulisses, na descida aos infernos, e técnica, no uso de epítetos, a invocação e colaboração dos deuses e a convivência, amor e ódio, dos mesmos com os humanos e até a promessa de imortalidade àqueles a quem canta.
A existência desta obra-prima foi revelada pelo arqueólogo inglês George Smith que, em 1872, entre os restos da Biblioteca Real de Nínive, encontrou partes da descrição do Dilúvio Universal, semelhante mas muito anterior ao do Gênese do Antigo Testamento hebraico.

O Poema começa com o Elogio a Gilgamesh:


Ó! Divino Gilgamesh, que todo o viu
Eu te farei conhecer em todas as terras.
Eu ensinarei sobre (aquele) que experimentou todas as coisas.
Anu deu-lhe a totalidade do conhecimento do Todo.
Ele viu o Segredo, penetrou o Mistério.
Ele revelou o que houve antes do Dilúvio.
Ele fez grandes viagens, até o limite de suas forças
e quando voltou em paz...
Ele gravou numa estela de pedra a narração de suas proezas
e construiu as muralhas de Uruk, nosso lar,
e as paredes do Templo de Eanna, o sagrado santuário.
[...]


E, sobre o próprio Gilgamesh, diz:

Ele cruzou o oceano, os vastos mares até o sol nascente,
Ele explorou as regiões do mundo, buscando vida.
[...]

Dois terços dele são divinos, um terço é humano.
A grande deusa Aruru fez o modelo do seu corpo,
ela preparou sua forma...
... belo, o mais bonito dos homens,
... perfeito...
Gilgamesh é o pastor de Uruk, o refúgio,
decidido, eminente, conhecedor e sábio.
[...]

Gilgamesh, o Rei de extraordinária fortaleza e beleza, exerce seu poder às vezes com sabedoria, às vezes despoticamente: oprime os homens jovens e as mulheres de Uruk, sem que ninguém possa se lhe opor. Os deuses resolvem, então, criar um homem que seja o seu similar: Enkidu, o homem primitivo, nascido e criado nos campos entre as bestas selvagens, o mais forte dos homens. A partir desse momento deve-se produzir o encontro de Gilgamesh e Enkidu, isto é, da civilização com a barbárie. Enkidu vai enfrentar Gilgamesh que já o espera prevenido pelos seus sonhos, interpretados por sua mãe, a deusa Rimat-Nimsum. Depois de uma luta de titãs prevalece Gilgamesh, sendo reconhecido por Enkidu como seu superior. Tornam-se então amigos inseparáveis, transformando o mútuo respeito em verdadeira amizade que nunca haviam experimentado antes.
Gilgamesh convence Enkidu a viajar até a Floresta dos Cedros (no Líbano atual), com o intuito de matar o Guardião dos Cedros, Humbaba, o Terrível, cortar o Cedro Sagrado e obter glória e fama eternas. Apesar da oposição dos conselheiros, os amigos partem, confiantes na proteção do Deus-Sol, Shamash. Ao chegar à Floresta dos Cedros, Enkidu lembra o formidável poder de Humbaba e tenta convencer Gilgamesh a abandonar uma luta impossível e retornar. Mas Shamash os protege e, num trecho do Cantar de difícil compreensão, enfrentam Humbaba. Este é finalmente dominado pelos amigos, após uma luta de gigantes. Enkidu, temeroso das conseqüências de um revide, se deixarem Humbaba com vida, insiste que ele deve ser morto. O monstro amaldiçoa Enkidu condenando-o a ter curta vida e Enkidu, com seus braços formidáveis e sua enorme espada, corta a cabeça de Humbaba, despertando a ira do poderoso deus Enlil. Para aplacar o deus, Enkidu corta o maior dos cedros para com ele construir a Grande Porta do Templo de Enlil, em Nippur. Após terem cortado os cedros, iniciam o retorno e, à beira do Eufrates, constroem balsas que os levam de volta a Uruk. Enquanto Enkidu governa a balsa, Gilgamesh carrega triunfalmente a cabeça cortada de Humbaba.
De volta a Uruk, a bela Ishtar, deusa do amor, propõe casamento a Gilgamesh, mas ele recusa, após lembrar os trágicos destinos dos anteriores amantes da deusa. Ishtar, desprezada, é um inimigo temível; na sua ira ela pede ao seu pai, o deus Enlil, para enviar o Touro dos Céus e destruir Gilgamesh, sua gente e sua cidade. Contra toda expectativa, os dois amigos conseguem matar a besta. Ishtar apela à justiça dos deuses que, afrontados pela morte de Humbaba e agora pela do Touro, decidem que um dos amigos deve morrer e esse será Enkidu, já amaldiçoado pelo Guardião dos Cedros.
Enkidu fica sabendo de sua morte iminente por um sonho. Na sua comovente revolta frente à injustiça, apela ao deus Shamash que, em sábia resposta, o faz lembrar que deve agradecer pelas coisas boas que viveu e pelo profundo sentimento de perda que deixará atrás de si. Enkidu adoece e, apesar do cuidado constante e devotado de Gilgamesh, que é o mais sábio, morre após doze dias. Gilgamesh, arrasado pela perda do amigo, rende-lhe honras, constrói uma estátua em sua memória, rebela-se contra o destino e percebe que alcançar a fama entre os homens pouco ou nada significa frente ao horror do decaimento físico e da morte.
Gilgamesh rebela-se contra a Morte e dedica-se a procurar o segredo da vida eterna. Para tanto, decide procurar o único homem que a conseguiu – Utnapishtim, o Longínquo – o Noé sumério, a quem, após sobreviver ao Dilúvio, os deuses concederam vida eterna.
Numa viagem cheia de perigos, Gilgamesh encontra criaturas fabulosas e estranhas que o advertem da impossibilidade de sua procura, mas, com férrea vontade, continua e acha o barqueiro de Utnapishtim, que o levará ao encontro deste através das Águas da Morte. Quando, finalmente, o encontra, após jornadas agonizantes, é surpreendido, pois em vez de encontrar um ser extraordinário, cujo segredo de imortalidade estava disposto a tomar pela força, encontra um homem comum. Perplexo, diz:
Estava decidido a lutar com você,
Mas agora meu braço pende inútil perante você.
Diga-me, como é que você, na Assembléia dos Deuses, achou a vida eterna?

E Utnapishtim responde:
Eu te revelarei, Gilgamesh, o que é secreto,
Dir-te-ei um segredo dos deuses!


Utnapishtim revela então o que aconteceu no Dilúvio e como ele com a sua família, parentes, amigos e animais foram salvos pela sua piedade e obediência ao deus Ea (nome sumério do deus Enki, deus das águas doces e criador do homem e da sabedoria). O deus Ea, após a terminação do Dilúvio, intercede a favor de Utnapishtim perante o poderoso deus Enlil, o guerreiro. Este, que ordenou o Dilúvio, fica irritado pela sobrevivência dos humanos e suspeita da lealdade de Ea que, argumentando eloqüentemente, convence-o de que não revelou o segredo. Enlil perdoa Utnapishtim e ainda o converte, bem como a sua mulher, em seres imortais.


Terminado o relato do Dilúvio e, frente à determinação de Gilgamesh, Utnapishtim lhe diz:

Então, quem convocará agora (a Assembléia) dos deuses para ti,
para que possas achar a vida que procuras?
Mas, já que o desejas, submete-te à prova:
deves resistir ao sono durante seis dias e sete noites.


Gilgamesh, esgotado fisicamente pela penosa viagem, cai no sono logo e dorme sete dias seguidos. Ele falha no teste, sem dúvida devido à terça parte humana de sua natureza, e deve retornar.

Antes de voltar, a esposa de Utnapishtim intercede frente a este para dar a Gilgamesh uma recompensa pelos seus esforços, dizendo:
Gilgamesh chegou aqui cansado e com as forças esgotadas.
O que você lhe dará para que retorne à sua terra com honra?


E Utnapishtim, dirigindo-se a Gilgamesh, já no barco:

Eu te revelarei um segredo dos deuses, uma coisa secreta.
Embaixo da água existe uma planta,
ela tem espinhos como uma sarça,
como uma roseira ela te ferirá as mãos
Se conseguires apanhá-la, terás nas mãos a planta que rejuvenesce.

Gilgamesh mergulha no fundo do mar, colhe a planta e a segura, embora esta lhe ferisse as mãos. A planta lhe permitiria viver de novo a sua vida, com a vantagem da sabedoria adquirida na sua viagem que contém segredos dos deuses. Mas ele duvida e decide primeiro testar a planta com os velhos de Uruk e, depois, comê-la. Há aqui um curioso ponto de interrogação. Por que Gilgamesh não come a planta imediatamente? Teria desconfiado de Utnapishtim? Logo ele, que percorreu o mundo real e o fantástico para encontrá-lo?
Inicia o retorno, cruzando a porta do mundo que antes tinha franqueado. Quando param para descansar, à noite perto de uma fonte de águas frescas, Gilgamesh vai tomar banho e uma serpente, sentindo a fragrância da planta, silenciosamente sai das profundezas, apodera-se dela, muda logo de pele e submerge, para desespero de Gilgamesh que, impotente, a vê desaparecer nas profundezas.

Então Gilgamesh sentou-se e chorou,
Grossas lágrimas correram-lhe pelo rosto.
[...]

Encontrei o sinal da vida e agora o perdi.

A esperança acabou. Gilgamesh retorna ao lar, mais velho e de mãos vazias, tendo agora entendido que não existe a chance de uma segunda vida real e muito menos a de imortalidade.

No fim da viagem, já nas muralhas de Uruk, Gilgamesh, com voz estremecida, mostra a muralha a Ur-shanabi, o barqueiro.
Repete-se o início do Cantar, só que agora as palavras são ditas pelo próprio Gilgamesh. Desta vez trata-se realmente de um solilóquio: perdida a esperança da vida eterna, Gilgamesh relembra e faz uma retrospectiva de sua vida. Ur-shanabi é apenas um símbolo do povo, cuja aprovação final talvez seja seu único consolo:

Ó! Divino Gilgamesh, que todo o viu.
Ele viu o Segredo, penetrou o Mistério.
Ele revelou o que houve antes do Dilúvio.
Ele fez grandes viagens, até o limite de suas forças
e quando voltou em paz...
Ele gravou num estela de pedra a narração de suas proezas.


A seguir, com uma reprise dos elogios feitos no início, termina a XI tabuleta. A maioria dos autores preferem terminar aqui o relato. Contudo, na XII tabuleta encontram-se dois episódios importantes "A descida ao Inferno" e "A Morte de Gilgamesh", os mais antigos junto com a aventura da "Floresta dos Cedros". A "Morte de Gilgamesh" parece ser a repetição de fórmulas rituais fúnebres, possuindo então alto valor arqueológico. "A descida ao Inferno" pode ser uma variante do sonho de Enkidu, prevendo a sua morte.


A descida ao Inferno

O episódio começa de forma desconexa, com imagens e visões que pareceriam extraídas de um sonho. Depois de uma sucessão de imagens, quase incompreensíveis para a nossa sensibilidade moderna, temos:

A flauta e a harpa caíram na Grande Mansão (o inferno)
Gilgamesh enfiou nela sua mão, mas não pôde alcançá-las.
Enfiou o pé, mas não pôde alcançá-las.
Então Gilgamesh sentou-se frente ao palácio dos deuses do mundo subterrâneo,
derramou lágrimas e ficou com o rosto pálido.
Ó minha flauta, ó minha harpa!
Minha flauta cujo poder era irresistível!
Minha flauta, minha harpa, quem as trará dos infernos?

Enkidu se prontifica a ir aos infernos procurá-las. Gilgamesh dá-lhe então conselhos para facilitar o seu retorno, como o de não usar ungüentos perfumados, nem vestir roupas limpas, nem deixar o seu arco na terra etc., para que os espíritos não o prendam. Mas, confiando nas suas forças, Enkidu faz tudo errado e a terra "o pega":

O destino não o possuiu, nenhum espectro o possuiu, a terra o possuiu,
Não caiu sobre o campo de batalha, a terra o possuiu.

Gilgamesh tenta de todas as formas conseguir, através dos deuses, a libertação de Enkidu. Mas Enlil nem o escuta. Finalmente o deus Ea, criador e protetor dos homens, comanda ao deus dos infernos, Nergal:

Abre o fosso que comunica com os infernos,
Que o espírito de Enkidu volte dos infernos
e possa falar com seu irmão!

Aberto o fosso por Nergal:

O espírito de Enkidu, como um sopro, saiu dos infernos
E Gilgamesh e Enkidu falaram:
- Ó meu amigo, meu caro Enkidu,
diga-me a lei do mundo subterrâneo, você a conhece.
- Não, não te direi a lei que conheço.
Não te direi a lei para que não te sentes a chorar!
- Seja assim. Quero sentar-me e chorar!

Então, seguem-se as revelações que Gilgamesh mais teme:

Aqueles que quiseste, os que eram gratos a teu coração,
todos os que acariciaste,
estão agora roídos pelos vermes,
estão cobertos de pó.
Seus espíritos não têm descanso nos infernos.

Os detalhes deveriam ser muito atemorizadores para o espírito sumério da época e nos lembram passagens do "Inferno" da Divina Comédia de Dante.
Não há retorno real de Enkidu, que, vítima de sua fidelidade e por não ter respeitado a sabedoria dos conselhos de Gilgamesh, que representa o Saber e a Ciência, deverá ficar para sempre nos infernos.

Morte de Gilgamesh

O destino de Gilgamesh, decretado pelo pai dos deuses, Enlil, está cumprido:
Na Terra inferior, na casa das trevas, uma luz o iluminará,
Nenhum homem famoso uma lembrança como a dele deixará,
As gerações futuras não terão uma lembrança que se compare à dele.
[...] sem Gilgamesh não haverá luz.
Ó Gilgamesh, foi-te dada a realeza segundo o teu destino.
A vida eterna não era teu destino.

Humildes e poderosos da cidade choram a morte de seu herói e protetor. Esposa e filho, concubinas, músicos, bufos, todos os que comeram de sua mesa, servos, mordomos e os que viveram no seu palácio pesam as suas oferendas para Gilgamesh e para Ereshkigal, a Rainha da Morte e para os deuses dos mortos.

O destino falou. Qual um peixe preso no anzol,
Gilgamesh está deitado em seu leito,
Como gazela presa no laço
[... ]


Gilgamesh, filho de Ninsun, está em seu túmulo
No altar das oferendas ele pesou o pão,
No altar das libações ele verteu o vinho.
Nesses dias partiu Gilgamesh, filho de Ninsun
o rei, nosso senhor, sem igual entre os homens,
Aquele que não faltou a Enlil, seu deus.
Ó Gilgamesh, senhor de Kullab, grande é a tua glória!

Termina assim a Épica mais antiga da humanidade. Não só com a morte física do herói, mas com o seu fracasso na procura pela vida eterna.
Gilgamesh morre junto com os seus sonhos, mostrando assim que é humano. A partir dessa verificação, só lhe resta voltar à sua amada Uruk, para deixar a marca perene de sua existência.
Morta a esperança, Gilgamesh alenta nas suas façanhas, e por isso é que faz sua retrospectiva vital ao barqueiro Ur-shanabi, único a testemunhar sua luta impossível contra o destino efêmero dos humanos.
Por isso é que escreve na pedra o que viveu na vida:

Ó Gilgamesh, foi-te dada a realeza segundo o teu destino.
A vida eterna não era teu destino.
Quando os deuses criaram o homem
deram-lhe como atributo a Morte,
mas a Vida, a Vida Eterna, essa, só ficou para eles.

Este poderia ser o epitáfio na lápide de Gilgamesh, a gigantesca figura que, através dos séculos, marca a despedida definitiva da Humanidade da escuridão impenetrável da Pré-História, que ainda se entrevê nos detalhes do relato do sábio Utnapishtim do mundo antes do Dilúvio Sumério.
Gilgamesh não atinge a imortalidade fútil dos deuses sempiternos que, na sua imobilidade, mais semelham a morte do que a vida. Ele atinge a imortalidade dos arquétipos humanos na memória dos seus iguais, os homens. Obras materiais, como a muralha de Uruk, persistem após 47 séculos de história de uma das regiões mais conturbadas do mundo. Mas ele perdura pela sua constante procura da essência da eternidade, pela consciência insigne de seu conhecimento, pelo que gravou na pedra e impregnou na mente das gerações que o seguiram, cumprindo assim as proféticas linhas finais do poema.
Ele perdura porque a história de sua ciência, de sua força de vontade e de sua coragem nos foram transmitidas – talvez por ele mesmo – e porque elas encarnam o ideal humano de uma vida onde cada obstáculo dá origem a um novo esforço que o leva à contínua superação.
Como Modelo Literário, o Cantar teve as maiores conseqüências imagináveis. Conhecido de toda a antigüidade, ele foi imitado e inspirou obras-primas que conhecemos muito antes, como o Gênese do Velho Testamento hebraico e a Odisséia.
O Cantar, conhecido até poucos séculos depois de Cristo, perde-se com a decadência e desaparecimento da Babilônia. Ele é reencontrado nas escavações feitas por volta de 1860, por arqueólogos ingleses em Nippur e alemães em Uruk (atual Warka) e depois na própria Babilônia. Assistimos, aos poucos, ao renascimento de Gilgamesh... E, talvez, essa seja a chance que a história, reencarnando a "planta do rejuvenescimento" de Utnapishtim, dá a Gilgamesh: viver sua segunda vida na memória e na imaginação do homem moderno.
Ele conquistou a imortalidade da espécie, devido à terça parte humana de sua constituição, a mesma que, paradoxalmente, lhe impediu de atingir o eterno absoluto dos deuses.
Mas, não é isso mesmo o que o poeta lhe promete no início do Cantar?
Mas, eterno é o poeta ou a personagem?
Poeta e personagem identificam-se e, enquanto nos contemplam, com a perspectiva de 47 séculos e a condescendência que dá a longa intimidade com o transcurso milenar do tempo, cada um eterniza-se no outro e na mente e na imaginação dos demais homens.


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

ÁFRICA SUA HISTÓRIA EM UMA SÍNTESE


História da África:

                       Ao pensar na áfrica, vem em nossa mente varias coisas. O aluno deve abrir sua mente e seu coração, pois há muitos equívocos que as pessoas pensam quando falam sobre África. Devemos acabar com esses equívocos e apagar no subconsciente de muitos indivíduos, as informações errôneas a respeito desse continente, e como também, temos que evitar todas as visões e opiniões de pessoas que não estão envolvidas numa pesquisa onde a busca da verdade é primordial em se tratando sobre os estudos africanos, pois muitas dos assuntos que escrevem e falam da áfrica não são verdades.
                       Os europeus não foram os primeiros a escravizar os africanos, pois já havia um comercio muito lucrativo, e como também, sempre houve uma pratica de escravismo desde que os homens começaram buscar poder, gloria e domínio, considero isso uma herança mundial do homem, pois desde do principio do mundo o vencido de guerra era submetido à escravidão,  e como em todo planeta, a submissão aos trabalhos forçados  e o escravismo, também aconteceram no continente africano.
                       A África tem a extensão de 3 milhões de km2. O Saara era um grande terreno fértil na antiguidade, com o aumento do deserto, os povos dividiram-se, e desses povos que foram dispersos, surgiu o grande Império egípcio. Havia muito comercio na áfrica no ano 500 antes de Cristo, e muitas tribos africanas faziam sacrifícios humanos em seus rituais religiosos. Muitas civilizações e etnias africanas desapareceram durante o tempo.
                       O povo chamado Massai, tinha o costume de reconhecer o rico entre eles quando este possuía rebanho. Muitas sociedades e Impérios africanos eram de altíssima cultura. A áfrica não é e nunca foi conhecida pelo o ocidente, em outras palavras, a Áfricas foi deformada pelos europeus.



                       Não se deve em hipótese nenhuma falar ou escrever que a África e negra, é uma afirmação totalmente ignorante. A África é sim, um berço de miscigenação, a miscigenação é uma condição humana. A explicação para a grande quantidade de negros na África está na biologia. Houve um momento que o homem tinha a necessidade de possuir muitos pêlos no corpo para se protege do frio, hoje, a melanina é uma forma de proteção contra o sol. O homem evolui, tanto é, que o dente siso em alguns seres humanos não estar sendo necessário, muitas pessoas fazem cirurgia para abrir a gengiva e retira o dente siso que não é mais necessário ao ser humano. Nas sociedades africanas é muito necessário saber a descendência, saber sua raiz. A etnia brasileira foi feita na colonização, na construção colonial. O branco, o negro e o Índio se misturaram, nossa origem é plural. (somente o índio é uma etnia).A visão estereotipada é uma visão pré-colonial.

Opiniões totalmente fora de qualquer verdade :

A)    Considerar as sociedades africanas como sociedades sem organização política, cultural, religiosa, étnica, como se não fossem nações organizadas;
B)    Imaginar que os povos africanos não se comunicavam dentro do continente; Os povos africanos faziam comunicações políticas e casamentos com outros reinos, havia um modelo de embaixada;
C)    Considerar equivocadamente afirmar que não havia escrita entre os povos africanos, afirmando que as tradições eram transmitida por via oral;
D)    Acreditava que a África nunca estivesse integrado aos espaços econômicos mundial
E)     Entender que o fenômeno da miscigenação é algo típico da sociedade colonial brasileira.  


                       Os africanos tinham o conhecimento de valor de uma mercadoria, tinha relações comerciais e faziam casamentos e acordos. Havia também funcionários palacianos que eram responsáveis por registros da vida dos monarcas e o registro do cotidiano. Havia alfabeto e dialetos. E há muitos documentos que ainda não foram traduzidos, pois ainda não se sabe o dialeto que usavam. Ainda mais, na religião Muçulmana, é obrigatório o crente africano ler o Alcorão. O comercio não é uma invenção européia, houve comercio no mundo todo. Em todo o território do planeta existe a miscigenação.
                       Existe uma questão muito delicada, a questão da identidade do povo africano. Ainda há lutas entre as etnias por causa de fronteiras, pois essas limitações não foram estabelecidas pelos africanos e sim pelos europeus. Dentro do país de Chade há cercas de 5 etnias diferentes que se reconhecem como reinos independentes uns dos outros. O africano não aceita bem outro africano, se ele não for de sua etnia ou tribo, família ou costume.

Comentários: o único povo que recebe bem o estrangeiro é o brasileiro.

                       Não faz nenhum sentido a idéia de Estado para o africano. O que importa é a etnia e a língua de que você pertence. A geografia atual e as fronteiras no mapa, é uma imposição da ONU. O Africano entende território como lugar de identificação com sua herança e descendência. O problema para o africano, não é a cor da pele e sim a língua e a etnia. Na África o brasileiro é reconhecido como estrangeiro, mesmo que o brasileiro seja de cor da pele negra. O negro, (não africano) que for a África será sempre mal recebido por causa de sua identidade estrangeira. O africano não se reconhecer como africano, eles se reconhecem pela a forma de comunica, pelo costume e pela sua etnia. Não há uma reposta para a pergunta: “o que é ser africano”, a questão da identidade não faz parte de um continente, e sim de um local , um lugar de sua descendência.



                       Partilha da áfrica – século XIX, os países industrializados dividiram a África. Os europeus necessitavam de novos territórios para extrair recursos naturais e comercializar seus produtos (vender para a população que estava dominada).
                    
  Carta de Berlin – dividiu oficialmente a África e Ásia.




Comentários:

Em toda a África existe fome. As imagens de pessoas morrendo de fome, derivam de uma propaganda Anti – socialista nos anos 1970,1980 e 1990. Hoje está acontecendo à volta das religiões dos ancestrais (desde dos anos de 1980).
                      
                       Para compreendermos a cultura material das sociedades africanas de hoje e do passado, temos que fazer a seguinte pergunta: quem em põem a imagem que até hoje perdura sobre a África ? Antes de sua “descoberta”, a África era vista como um continente perdido na obscuridade dos primórdios da civilização, em plena barbaria, onde ainda havia a luta entre o homem e a natureza. A resposta encontra-se nos livros.
                       Clã, Hordas e ancestralidade: característica  de sociedades tradicionais.  A visão européia da África era uma visão da besta selvagem, da fera. Uma outra afirmativa é que na áfrica não havia sociedades organizadas. Para apagar essa impressão, temos a etnia dos Bantos, que eram uma grande tribo africana e possuíam grandes reinos.
                       Os europeus tentaram destruir os clãs e as linhagens africanas. Os europeus queriam encobrir isso para não dar sustentação de sociedades organizadas, igualando-as com as sociedades européias. As chefias africanas eram iguais a dos europeus, havia chefes austeros, religiosos e calmos e etc.  Sabe-se que a primeira dinastia de Gana, foi registrada em documentos de origem africana..    

Curiosidades:

 Muitas experiências foram feitas na África, experiências como a utilização do vírus ebola e a AIDS (HIV), e por um motivo ou outro, saiu do controle dos laboratórios.

Conceitos e categorias:
    
A)    O ser africano não significa uma unidade ou conformidade, ao contrario, é sinônimo de pluralidade, diversidade e dialética
B)    A idéia de unidade africana data do século XIX e se sustenta no discurso pan-africanista: um único povo e uma única unidade.
C)    Organização políticas diversas

                       O ser africano é sinônimo de pluralidade, diversidade e dialética. A idéia de nação e Estado não esta na mentalidade do africano, mas sua mentalidade é local. A idéia de unidade africana é recente, começou no século XIX. Porém, não é possível um só discurso ou uma unidade, isso porque há muita diversidade política e étnica na África.

Comentários:

A prática do comercio é antiga, não foram os europeus que inventaram.

Comentários:

Descolonização da África aconteceu no século XIX, porém, o inicio da colonização foi no século XVI
                        A Europa era atrasada em relação à África, pois não possuía balança comercial favorável, a Europa não tem recursos naturais para sua auto-sustentação, por causa dessa deficiência, os países europeus necessitam de expandir seus territórios para conseguir recursos naturais e explora o mercado colonial.

1)      Antecedentes

-          A expansão marítima – comercial do século XVI:

                       A primeira fase do colonialismo na África. Nesse momento surge a necessidade de controlar as rotas alternativas para o oriente e os novos mercados produtores e consumidores. Portugal inicia seu processo na primeira metade do século XV, estabelecendo feitorias, portos e enclaves no litoral africano.
    


Comentários:

Outra idéia de expansionista: O branqueamento. As sociedades européias estavam industrializadas e os africanos não, com isso os europeus se achavam superiores.

Colonização:

                       Não existe nenhuma organização política nas colônias portuguesas, exceto em algumas áreas portuárias, onde era tratado e destinado a assegurar os direitos dos traficantes de escravos. A obtenção de pedras e metais preciosos e especiarias, eram feitas pelo sistema de captura de pilhagem e de escambo. Esses métodos provocam o abandono da agricultura.
                       Não há organização política, somente exploração. As organizações são encontradas nas regiões de comercio. A obtenção de metais preciosos é feita por guerra, à colonização estrangeira era bélica e violenta, (século XVI e XVII), não havia acordos. Essa foi à razão para o explorador europeu não iniciar a agricultura. No Século XVI acontece muita captura (seres humanos para o tráfico), feita por europeus no litoral africano.

-          A captura e o trafico de escravos dividiram muitas tribos e etnias e causam desogarnização na vida econômica e social dos africanos.
-          A partir de meados do século XVI, os ingleses, os franceses e os holandeses, expulsaram os portugueses das melhores zonas costeiras para o comercio de escravos.

                       Século XVIII a África assumem o sistema capitalista. Os ingleses precisam de recursos naturais e pessoas que comprem (mercado). A cultura Anglo Saxônia não se mistura com africanos. Na administração, somente havia ingleses.

-          No final do século XVIII e meados do século XIX, os ingleses assumem a liderança da colonização africana.
-          Direcionam o comercio para a exportação de ouro, marfim e animais.
-          Estabelecem novas colônias na costa e passam a implantar um sistema administrativo centralizado na mão de colonos brancos ou representantes da coroa inglesa.

                       O processo de colonização não é uma ação natural. No século XVI o modelo é explorador e como também, acontece a miscigenação. No século XIX, entretanto, não aconteceu à miscigenação, somente desejam (os europeus), recursos naturais e mercados consumidor. Há guerras, mas acontece muito mais diplomacia e administração.

-          Holandeses se estabelecem na região litorânea, cidade do Cabo, África do Sul, a partir de 1652.
-          Desenvolveram na região uma nova cultura e formam uma comunidade conhecida como Africâner ou Bôer. Mais tarde, os Bôer’s perdem o domínio da região para o reino unido, (Inglaterra), na guerra dos Bôeres.

Comentários:

Os Bôer’s, criaram uma etnia à parte, separada da população negra, que eram nativo da terra.

II – A Partilha da África:

-          Século XV: as potencias industriais se lançam na conquista dos territórios africanos em busca de matéria prima, ocupação territorial, prestigio nacional e recolocação de demografia européia.
-          Presença missionária a serviço das potencias
-          A conferencia de Berlim em 1884/85. “A partilha da África”.

Comentários:

Para ser branco nos Estados Unidos, deve-se ser branco na ancestralidade, (não ter ancestrais negros), e adepto ao protestantismo. Nos EUA, é dividido em guetos, o negro é contra o branco, os mestiços se separam dos negros e dos brancos e etc. A separação é praticamente por etnias.

                       As potencias européias estão em corrida territorial, procuram os melhores territórios para abastecerem suas industriais e comercializar. A presença de missionária facilitou a partilha da África. A ação colonial conta com a presença religiosa. Mais os africanos continuam com seus ritos antigos. Eles não largaram suas convicções. Os africanos vão á igreja, mas continuam com suas religiões antigas.
                       A carta de Berlim – regulou o comercio, definiu que toda nova dominação deveria ser comunicada, estabeleceu que as ocupações deveriam ser efetivadas, legalizaram a representação bélica contra alguma resistência, e a exploração de matérias primas.

-          resultou numa divisão que não respeitou a história, e como também, as relações étnicas e mesmo, familiares dos povos do continente africano.

Comentários:

Países que participaram da Partilha: Espanha, Itália, França, Reino Unido, Alemanha, Portugal e Bélgica.  A conferencia de Berlim foi feita por causa da Alemanha que exigia possuir territórios para abastecer sua economia. A partilha de Berlim vai incrementar a guerra entre os europeus.

III- A dominação colonial:

-          Indireta: administração exercida pela autoridade colônias local.
-          Direta: administração exercida pelo colonizador, tolerando a presença local em cargos subalternos.

Comentários:

Nas coloniais de povoamento de forma acentuada, propriedades foram tomadas pelos colonizadores.

O imperialismo se manifesta: expansão, uma burocracia, (estrutura estatal), colonial, e racismo. Os europeus agiam da forma imperialista , pois era a solução razoável para a sua prosperidade.

-          Os três pilares que sustentam o imperialismo colonial: o expansionismo, a burocracia colonial e racismo.
-          Estes pilares justificam a pratica imperialista e conquistavam adeptos na defesa das suas potencias representantes.
-          Nítido interesse da suspensão das estruturas tradicionais. “o homem branco como deus dos negros”

                       A política colonial de assimilação, visava tornar o africano um europeu civilizado, através do ensino da língua da metrópole, da religião, dos modos e costumes europeus.

A divisão da sociedade colonial:

-          Civilizados, que gozavam de direitos de igualdade;
-          Assimilados, que tinha alguma representação na colônia;
-          Os Indígenas, que eram fiscalizados e castigados

Curiosidade:

Havia uma mentalidade que todo o português tinha uma missão na terra de leva a civilização, expansão e a ordem, (Os portugueses acreditavam que eles seriam o povo escolhido por deus. Nos séculos XVI e XIX). Missão portuguesa pelo mundo: expansão, cultura e civilização.  
 



-          A política colonial de diferenciação visava preservar a cultura da Metrópole e como também, comprovar que o nativo poderia se desenvolver dentro da cultura européia.

                       Visava preservar a cultura da Metrópole para provar que os africanos poderiam ser um cidadão europeu civilizado. Foi uma tentativa de mostrar que a cultura africana não era evoluída e civilizada, e como também, era melhor que a africana. Escola colonial, para os africanos aprenderem o currículo europeu, como o Iluminismo, o absolutismo e etc. O tiro saiu pela culatra, pois por causa desse aprendizado, dar-se inicio a resistência africana. Os estudos para os africanos, possibilitaram a adquirir o conhecimento do europeu, e assim que eles descobriram que os reis europeus eram de pai para filho, (hereditários), lembraram de seus antepassados, pois na África a passagem de um rei para outro era através de pai para filho. Teve muito africanos que foram levados para a Europa para estudarem, e foi do continente europeu que começou a resistência africana. Muitos lideres africanos foram para a Europa para estudar. Haviam tribos africanas que tinha lugares específicos para as crianças estudarem, antes da cultura européia surgir, estes estudos eram nos palácios e escolas.

O processo de descolonização:

-          A disputa entre as grandes potencias.
-          Modelo de educação colonial motivador das resistências.
-          O eixo geopolítico se volta para o sistema bipolar no final dos anos de 1940
-          Processo de libertação feitos por acordos ou revoltas.

                       O que motivava a expansão? A economia, mesmo com a Carta de Berlim, não havia harmonia entre as nações européias, isso vai contribuir com o processo de descolonização. Com a 1a e 2a guerras mundiais a Europa se desgasta muito em termos financeiros e como também, em temos civilizatórios, pois os africanos viram que não havia civilização entre as nações européias. A educação africana proporcionada pelos os europeus foi um tiro no pé dos colonizadores estrangeiros.
                       Surge depois da 2a guerra mundial, duas grandes potencias EUA e URSS, pois os europeus saem da guerra sem recursos financeiros e falidos. Neste mesmo tempo, começa o processo de libertação nos anos 1950 em Botsuana, porém, não houve guerra para sua independência.

Movimentos anticolonialistas:

                       O mundo se dividiu em dois blocos: Bloco ocidental faz um acordo e criam a OTAM, liderada pelos Estados Unidos; bloco oriental celebra um acordo e criam o pacto de Varsóvia, liderada pela a extinta União Republicas socialistas Soviéticas. Ma em 1955, em Bandung, na Indonésia, um movimento de não aliados que não admitiam intervenções de nenhuma potencia mundial.

-          Os movimentos anticolonialistas tomaram impulso após a conferencia afro-asiático realizada em Bandung, na Indonésia em 1955, reuniram 24 países asiáticos e africanos.
-          Eles proclamaram o principio do não alinhamento automático ao lado das novas potencias emergentes, EUA URSS, e defendem o direito de autodeterminação dos povos.

Alguns Casos:

-          Gana, em 1957, (sua independência), sobre a liderança de Kueme Nkrumah e Jano Kenyartta.
-          Congo Belga fica independente em 1960
-          O caso de Portugal : Acreditava, que eram escolhidos por deus para leva avante uma missão de colonização e evangelização.
-          Sustento no ultracolonialismo 

Comentários: Portugal resiste em dar a independência aos países africanos, pois os portugueses estavam na África á mais tempo que o resto dos europeus.

Moçambique:

                       Independência de Gana em 1957, foi feita por intelectuais que pensaram a independência; esse movimento rachou em dois grupos, no principio eles tinham o mesmo objetivo, expulsar Portugal, depois os dois grupos não se entenderam mais.

-          Frente de libertação de Moçambique, chamados de FRILINO, vencem num primeiro momento, financiados pela URSS.
-          Resistência Nacional Moçambicana, RENANO, financiada pelos Estados Unidos.
Mesmo com essa suposta união por algum tempo, ainda sim, acontecia guerras entre etnias africanas locais.

Angola:
-          Independência em 1975
-          Movimento popular de libertação de Angola, chamado de MPLA, organizada sua resistência em Angola, Portugal e França, financiada pela URSS e Cuba.
-          União nacional para a independência total de Angola, chamada de UNITA , financiada pelos EUA, China e África do Sul.

Curiosidades:

Os Estados Unidos da América era a favor do Apartaite; O MPLA, vence e torna-se socialista; Cabinda, um território dentro de Angola, doado por Portugal, tem conflito, pois os moradores de Cabinda não aceitam serem chamados de angolanos, ainda mais, em Cabinda existe muito petróleo. 

África pós-colonial

Moçambique e Angola: Devemos considerar as heranças colônias deixadas pelos os estrangeiros.

Comentários da professora:

Classificar e qualificar são palavras bem diferentes, exemplo: a comunidade negra, essa frase reconhecer e não descriminam, essas palavras qualificam; Quando se classifica, você rotula, exemplo: os preguiçosos, o favelado,  o macaco, o negro e etc.

1)      Crise do colonialismo europeu:

                       Acontece uma queda de poder econômico na Europa após a II guerra. Neste momento a África esta mergulhada nos problemas sociais e submissão econômica. Pois acontece um declínio da centralidade após a II guerra. A África mergulha nos reflexos da escravidão do colonialismo, destruturação dos sistemas sociais internos e submissão econômica. Com isso, acontece o crescimento de vários movimentos democráticos anticolônias. Outros fatores que contribuíram foram: a ascensão da URSS que enfraqueceu o império ocidental; os EUA financiam alguns paises africanos a serem independentes para conter o avanço da URSS com a ideologia comunista. E como também, a URSS via na descolonização um enfraquecimento do imperialismo dos ocidentais. Por outro lado da moeda, a ascensão dos EUA, via uma oportunidade de produzir obstáculos no crescimento soviético.

2)      Novos Estados

                       Herdeiros do sistema colonial, não conseguiram levar adiante a recém independência, pois quando os europeus deixaram as colônias, deixaram todos os aparatos administrativos, e com isso, os africanos não sabiam como a maquina funcionava, os africanos nunca exerceram cargos de chefia ou de administração. Isso motivou a guerra civil, de um lado um entende que deve ser levado à administração do país por um modelo, e outros grupos acham que se deve administrar por outro modelo. Outro grande problema foi à carência de quadros técnicos, industriais, capital e mercado. Não havia nenhum técnico nativo, não tinha uma industria ou um mercado de competição, os africanos ficaram totalmente perdidos. O inicio de sua independência dentro de um quadro de profunda dependência econômica, tendo como única saída negociar com duas superpotências da época EUA e URSS, para obterem dinheiro. Com isso, os novos governos africanos ficam num estagio de subdesenvolvimento econômico e social. Acompanhado a isso, uma fragmentação política territorial, pois os europeus acabaram com as tribos, etnias e territórios locais existem na África. Houve uma escassez de tecnologia, falta de capital para incrementar o mercado interno. Outro problema era as rivalidades entre etnias africanas, fato antiguíssimo na cultura africana, por ultimo, o problema de noção de sistema de governo, pois a democracia nos paises africanos, não foi à solução, o modelo democrático não resultou ser uma forma eficiente de ajustar os paises recém libertos das colônias.
                      2.1) Desafios iniciais :

-Havia a necessidade de assimilar um modelo, copiando um ou outro modelo                                                           existente na época.

-          Implementação de política de fomento para desenvolvimento do país.
-          Havia a necessidade de participar do movimento dos não alinhados.
-          Apoio das Nações unidas, para estruturar o seu próprio modelo de Estado que não foi aceito.

                                   2.2) Empecilhos :

                       A guerra fria que estava acontecendo entre os Estados Unidos e a União das Republicas Socialistas Soviéticas. Os americanos faziam recrutamento, para obtenção de aliados, assessoraram africanos, treinou, armou, patrocinou guerrilhas e golpes de Estados e apoiou políticas racistas.
                       A influencia da URSS: aproximação de países africanos, buscando recursos contra a influencia norte americana. Sempre havia muitas dificuldades para acordos internos com os paises africanos. Com isso acontece:

-          Acirramento de rivalidades
-          Problemas para cooperação continental
-          Processo de guerras civis
-          Subalternados econômicas dos paises africanos.

                                   2.3) Heranças neocoloniais :

                       As fronteiras artificiais dos paises africanos resultantes de acordos ou conflitos. Nunca, e não existem definições de fronteiras no continente africano, os domínios são locais. Outra herança do colonialismo foi à falta de mão de obra qualificada para o trabalho de gestão. Com o fim da guerra fria, os paises africanos ficaram marginalizados.                             
    
                                   3) O pensamento anticolonial :

                       Ideologia pré- colonial – muitos africanos foram para a Europa estudar, acabaram assimilando o conceito ocidental de igualdade entre os homens, isso foi um tiro no pé do colonizador, pois os negros que conseguiram ir a Europa estudar, e ao retornar aos seus países de origem africana e começaram a divulgar esse conceito.
                       Havia uma ideologia fabricada sobre o homem africano, afirmava que ele era um sub-homem, ou seja, sem direito à igualdade, pois não participava da cultura e sim da natureza.
                       Colaborando com a ideologia do sub-homem, havia o racismo cientifico, esse pensamento iria buscar no pensamento lógico e racional a confirmação da raça inferior (quem não era branco europeu, era inferior). A resistência foi motivada pelo modelo econômico, cultural, político e o modelo ideológico pelo o racismo. Esse modelo queria provar a superioridade biológica do branco. Com isso, o racismo que sofre o oprimido (o negro ou africano), seria a causa ou fruto do racismo contra o opressor. Encerrando, surgi nas colônias um ressentimento contra o colonizador europeu. 
   






(1)   Fundamentos:

-          Final dos anos 1970
-          Oposição à idéia de terceiro mundo
-          Efeitos da colonização nas culturas
-          Situação pós-coloniais: Muitas as pessoas do mundo inteiro vivendo nessa situação

O que é insuficiência de representação?

Resposta: É a incapacidade de expor sua própria narrativa.

1a esfera: Surgi uma intelectualidade que vai estudar a África e oriente e vai revelar todos os equívocos que fizeram sobre o continente africano, mostrar a realidade que aconteceu e estar acontecendo na África pós-colonial, esses narradores são nativos da terra. 

1a critica: Eles vão criticar, ou colocar em cheque a idéia de terceiro mundo, pois o que caracteriza o país do terceiro mundo é a pobreza.

2a critica: Os efeitos da colonização nas culturas. Haverá uma analise de como a colonização mudou o modo de pensar e agir do africano  

3a critica: Após a independência não haveria mais colônia, mas ainda continuariam os africanos vivendo em seus territórios como colônias. O que estava ocorrendo era uma situação pós-colonial e isso estava acontecendo em vários lugares no mundo e não somente na África. No período pós-colonial, a falta de recursos financeiros de estrutura e aparado administrativo, era uma das características que acontecia nos países africanos. Isso acontecia porque não havia representação do povo africano, e em muitos lugares no mundo a onde os povos ou etnias não tinham representação, esses acontecimentos eram constantes e além do mais, eram identificados como incapazes de expor sua própria narrativa. Essa representatividade é em todos os sentidos, como por exemplo, uma representatividade política, de classe, de cultura e etc.

-          População que se encontra no “não lugar”
-          Substituir a cultura do outro na perspectiva ocidental
-          O caráter de uma intelectualidade que partilha de uma condição comum: subalternidade; e por isso, tem uma fala legitima.

Comentários da professora:

                       A subalternidade não significa um ser inferior e sim uma categoria importante para entender os assuntos colônias e reclamar seus direitos e sua legitimidade a verdade histórica, deseja o futuro. Esta população marginal que esta no processo pós-colonial procura de um lugar, uma direção, pois estão no “não lugar”. Ela estar em construção, ela necessita e dever procurar um lugar. Elas não são mais as bestas feras, não são mais colônias, estão em busca de uma representação. Estão lutando, precisão de alcançar os objetivos que estão em construção. Somente a pessoa que viveu pode partilhar a condição comum: somente os intelectuais africanos poderiam buscar uma fala legitima dessa situação.

(2)   Principais questões:

-          Reescrever o Marxismo e o nacionalismo;
-          O pós-colonialismo trata de um discurso que não é interior maior ou exterior ao discurso ocidental. Discurso que se localiza numa outra esfera, num outro lugar, é o entre lugar, o INN- BETWEEN, (uma anomalia);
-          Reescrever a historia diferente daquilo que estas nos arquivos colônias.
                      
                       Os africanos vão desejar reescrever o Marxismo e o Nacionalismo, pois são ideologias e discursos ocidentais, devem ser adaptados e filtrados para a realidade africana.
O discurso pós-colonial não vem do ocidente e muito menos do discurso tradicional, ele esta em vários assuntos. É um discurso em construção se desenvolvendo. Por fim, deve-se reescrever a historia real da África e dos africanos.

-          Explorar as fissuras do discurso colonial para revelar um discurso novo. Por quanto, a fissura mostra o equivoco ocidental.
-          Reivindicar o campo temático de estudos. A quem pertence o direito de narrar a própria historia.

                       É preciso explorar o discurso colonial, pois, há varias rachaduras, e através disso, deve-se fazer um novo discurso, pois a existem fissuras, fatos incompletos, argumentos falsos e equívocos no discurso colonial. E finalizando, tem que se defendido o direito a narrativa legitima daquele que viveu a como nativo a transição colonial para a independência.
                       

Explicação do “não lugar”;

Sem direito a representação, sem voz ativa, sem direito político e econômico, revela uma condição humana no momento. Reclamam a legitimidade em seu discurso e em suas narrativas.



III) Estudos pós-colônias:

1)      Repudio de todas as narrativas mestras;
2)      A critica do eurocentrismo nelas explicito;
3)      A narrativa mestra seria a da modernidade, tanto na versão burguesa quanto na versão marxista;
4)      Repudio do orientalismo como redução a uma essência sem historia, assim como do nacionalismo.

Comentários:

Os intelectuais africanos criticavam as narrativas mestras, recheadas de rupturas e fissuras. O eurocentrismo não pode explicar a África. O padrão da narrativa mestra é a parti da modernidade e burguesia, erro fatal daqueles que falam da África sem conhecê-la. Repudio ao orientalismo, oriente é uma inversão do ocidente, e um repudio a um resumo histórico.

5)      Repudio de toda historia funcional
6)      Repudio de qualquer fixação do sujeito do terceiro mundo e deste como categoria
7)      Asserção da identidade do terceiro mundo.

É repudiado o oriente como berço do terceiro mundo; Colocam o terceiro mundo numa situação que nunca ira mudar; Há também uma 2a vertente que gera muitas guerras; Acontecem muitos conflitos civis; A quem interessa o conflito e a desagregação africana?