quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A RELIGIÃO EGÍPCIA E OS ENSINAMENTOS BÍBLICOS

A religião Egípcia e os ensinamentos bíblicos 

                     Chegou por e-mail, um pedido para eu comentar sobre uma palestra onde participei no ano de 2007, que tinha como tema: a religião egípcia e os ensinamentos cristãos. Resolvi publicar no meu blog, e aqui está de modo resumido a minha opinião. Caso algum leitor queira mais explicações ou tenha críticas, por favor, escreva-me, e eu terei o imenso prazer de responder.
Obrigado.  

                     É curioso notar a semelhança entre a religião egípcia e alguns dos ensinamentos cristãos contidos na Bíblia. Contudo a influência egípcia religiosa fez uma ponte de ensinamentos filosóficos através do povo Judeu, tento ainda acontecido uma ultima transferência para os dogmas cristãos, que como toda religião, absolveu outra doutrina, ou seja, houve um ecletismo, buscando com isso, corroborar e dar uma visão melhor e transparência sobre os seus ensinamentos. Tanto os primeiros cristãos como os praticantes da religião judaica, literalmente absorveram ou adaptaram os preceitos religiosos egípcios.

                      Começarei escrevendo sobre o casal de deuses Osíris e Isis. Osíris morreu e foi ressuscitado (como diz a lenda), seu filho Horus, foi concebido (gerado), quando Osíris estava morto, (o espírito de Osíris fecundou Isis). Não podemos negar alguma semelhança com a história bíblica do nascimento de Jesus, o contexto é praticamente o mesmo, a fecundação realizada de modo anormal, ou seja, um espírito divino participou do nascimento de Horus, filho do deus Osíris e Jesus, filho do próprio criador, na visão cristã. 
                     
                     Continuando com as histórias antigas da religião egípcia, vou ilustrar alguns textos contidos no livro “Historia Universal número 1 (A aurora da Civilização) da revista seminário / de Carl Crimberg, editora Azul de 1989”, em sua página 29 no primeiro parágrafo, está escrito uma passagem muito interessante sobre a religião egípcia: “O morto devia comparecer diante do tribunal do deus Osíris para ai tomar conhecimento do que seria a sua vida futura”. Essa passagem tem alguma semelhança com a citação bíblica: “todos devem comparecer ao tribunal de Cristo...” É interessante a semelhança, contudo, vamos continuar. Na página 30 do mesmo livro supracitado, há um texto parecidíssimo com o livro apocalipse, o livro diz: “O homem será julgado pela maneira como se tiver conduzido na terra”. A referência bíblica que irei citar agora é muito clara e direta sendo até concomitante a frase supracitada sobre o julgamento na religião Egípcia – em Apocalipse está escrito: “......e foram julgados cada um segundo suas obras.” Apocalipse, capítulo 20, versículo 13.
  
                    Há muitas outras passagens bíblicas contendo ensinamentos iguais a doutrina religiosa egípcia, principalmente no Velho testamento, porém, vou aqui revelar, e como também, dar mérito a verdade sobre uma citação famosa, que muitas pessoas fazem referência, mas, não conhecem e pensam que foram as primeiras leis inventadas no mundo. Eu me refiro aos dez Mandamentos, que o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó entregou a Moises. Muitas pessoas usam essa passagem bíblica para ilustrar alguma citação de lei, e como também, muitos afirmam com a certeza que as Tabuas que continham os mandamentos de Deus foram ás primeiras leis instituídas no mundo, isso é um claro engano. Os registros históricos afirmam que Ramurabi escreveu, (registrou), muito antes de Moises, as leis que todos já conheciam dês dos tempos pré históricos. É obvio que aconteceram emendas e houve a necessidade de legislar outras leis em cada região, todavia, Ramurabi entrou para a história graças a esse feito. No entanto, essas leis eram exaltadas e ensinadas para serem obedecidas por todos, isso porque, antes de ter inicio a formação das Cidades Estado, o homem deixou de ser nômade e passou a ser sedentário, com isso, foi necessário instituir leis, para que todos obedecessem, ou seja, eram estipuladas regras de convivências e comportamento, e entre essas leis podemos citar: Não Matarás, Não Furtarás, Não levantarás Falso testemunho, Não Cobiçarás a Mulher do Próximo e etc. Essas leis foram elaboradas a partir da fundação do mundo, repassadas principalmente,(antes da invenção da escrita), através das religiões antigas através de narração oral. Tendo ainda a acrescentar que dos 10 mandamentos que estão registrados na Bíblia, somente três (3), são de autoria judaica, elas são: Não Adorarás outro Deus, Não Fará Imagem de outro Deus e Santificai o Sábado. Os outros sete (7), já existiam e eram conhecidos no mundo antigo.

                     Voltando ao Novo testamento, além das semelhanças de ensinamentos filosóficos, os egípcios acreditavam também na vida eterna, mas a grande diferença era que eles acreditavam que voltariam para o mesmo corpo que havia vivido na terra, (por causa disso, um dos principais rituais funerários era a manutenção do corpo falecido e dos principais órgãos humanos), bastante diferente dos ensinamentos cristãos, que acreditam numa ressurreição com o mesmo corpo, sendo que, esse corpo tem uma estrutura espiritual, porém, o dogma de morte, sepultamento e a ressurreição eram praticados primeiramente pelos religiosos egípcios e mais tarde, fizeram parte dos ensinamentos cristãos. Essa doutrina é muito importante para o cristianismo, foi exaltada e ensinada na carta do Apostolo Pedro, onde ele orienta que o ato de batizar nas águas, é o momento que o cristão participa da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus. E esse ensinamento até hoje é praticado para todos os neófitos que desejam adentrarem ao cristianismo.
                    
                     A adaptação ou absolvição da doutrina de morte, sepultamento e ressurreição pelo cristianismo foi aceita para a religião cristã no século I d.C, onde os adeptos ao cristianismo pronunciavam essa doutrina, adaptando-a na vida de Jesus em seus discursos e pregações em praças públicas e dentro da Eclésia cristã.
  
                     Todos nós sabemos da admiração e o envolvimento histórico que o povo judeu tinha sobre a civilização e o mundo egípcio, isso é notório quando vemos as históricas bíblicas registradas, onde o seu principal líder da odisséia bíblica foi criado na corte do faraó e que teve como maior ícone de vitória bélica, o suposto afogamento do exército do Egito no Mar Vermelho, sem contar, a história de José, que através de registros bíblicos foi o administrador e mago, (interprete de sonhos), que ajudou o Egito em uma fase critica econômica de alimentos. Certamente essa suposta admiração foi repassada para os judeus cristãos, que na elaboração da doutrina cristã, ajustaram esses ensinamentos religiosos, que vinha de uma nação, (Egito), que participou do seu desenvolvimento mental e na formação da sociedade judaica.

Um comentário: Poderia escrever sobre a ida do casal José e Maria ao Egito, entretanto, colocarei essa discussão em outra oportunidade.

                     Há muitas lacunas a serem preenchidas na história cristã, muitos episódios carecem de detalhes, mas, não podemos negar a existência de Jesus e seus feitos, entretanto, esse personagem notório e espetacular não deixou religião formada, isso quer dizer, que depois de sua morte ou ida aos céus, tudo que foi escrito e registrado carece na minha opinião de veracidade, um bom exemplo é que muitos cristãos chamados de pentecostais e tradicionais, utilizam uma Bíblia que foi formada pelo Concilio de Nicéia, que futuramente se tornaria a Igreja Católica, que após essa reunião, se intitularam donos da verdade, incluindo no recém criado Novo Testamento, os livros que eles assim desejaram, ou que tinham interesse, (quero dar ciência ao leitor que havia muitos livros que falavam de Jesus Cristo, e eram conhecidos e lidos pelo mundo romano, e que os evangelhos conhecidos de Mateus, Marcos, João e Lucas, foram acoplados na Bíblia, e não tinham autoria, ou seja, a tradição cristã foi que colocou, batizou, ou melhor escrevendo, deu nomes ao evangelhos que hoje conhecemos), e logo após a reunião, aconteceu um banho de sangue, pois o grupo de autoridades cristã que venceu a discussão ideológica sobre o que colocar, ou quais livros seriam aceitos na recém formada Bíblia, não queria nenhum grupo rival. Finalizando, o mundo cristão segue a primeira Igreja, a instituição que encetou todo conhecimento que hoje muitos pastores e lideres de muitas denominações ensinam em suas reuniões. Eles desconhecem que os livros foram reunidos por pessoas que não tinham os dois verdadeiros ensinamentos de Cristo: AMA A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E O PRÓXIMO COMO A TI MESMO.     

                   Esse assunto poderia ser mais extenso, todavia, as relações entre a religião egípcia e o cristianismo são enigmáticos, não quero aqui levantar nenhuma tese ou afirmar que o cristianismo tem base no Egito e em sua religião, mas, é concomitante e significativo no aspecto de curiosidade. Isso vem ao encontro que toda religião tem que ter uma base de outra mais antiga, e que os místicos e sábios buscam a fonte, as primícias, o início do entendimento ou do conhecimento de Deus o criador dos céus e da terra, aquele que em cada língua tem um nome.

Professor Roberto Mirabelli  .