Não podemos negar ou omitir que existe racismo no Brasil. Porém, devemos classificar ou identificar duas formas de racismo, que na sua essência não muda em nada, e sempre será considerada uma ignominia para a humanidade. Todavia, esse vitupério acontece de forma diferenciada nas Américas, e como também no mundo. Irei ilustrar de forma sucinta essas duas formas de racismo em duas sociedades bem distintas: Estados Unidos e Brasil, contudo, existem pequenas diferenças que não diminui em nada a sua maldade.
No Brasil, o racismo é classificado academicamente como PRECONCEITO DE MARCA.
A explicação desse conceito supracitado poderia render muitos textos e comentários, entretanto, vou resumir essa questão, evitando uma analise aprofundada da sociedade brasileira, e o por quê, isso acontece ou aconteceu em nossa sociedade.
O preconceito de marca é utilizado no Brasil de forma muito intensa. A definição é : Não interessa se alguém de sua família é de cor negra ou se por acaso algum de seus antepassados foram negros. O que é levado em conta é a cor de sua pele, ou seja, a quantidade da melanina em seu corpo. Para nossa sociedade tupiniquim, quanto mais negro, mais preconceito, quanto mais claro, menos preconceito.
Em um censo realizado no Brasil em 1980, os entrevistadores registraram cerca de 136 cores diferentes, que foram fornecidas pelas pessoas que responderam a pesquisa. Temos então uma revelação interessante, as pessoas nesse censo, estavam preocupadas com a tonalidade de sua pele e não aceitavam a definição de negro, parto ou branco. Havia a necessidade de embranquecer sua pele.
Nos Estados Unidos da América do Norte acontece um tipo de racismo diferenciado, a definição acadêmica é: PRECONCEITO DE ORIGEM. Essa definição é um paradoxo do preconceito de marca que existe no Brasil. A diferença no entanto é de um maior preconceito e de imensa ignominia, sendo também radical. O racismo americano pode ser chamado de preconceito eugênico, ou seja, ele tem em sua consciência que a EUGENIA OU EUGÊNICA,(Ciência moderna que se ocupa em dar boa procriação ou busca a formação da boa prole) é base para diferenciar o branco verdadeiro do branco falso.
Resumindo, o preconceituoso norte americano, dar valor ao sangue, a origem da pessoa. Caso o individuo tenha tido um descendente negro, pardo ou mestiço, não pode ser considerado branco puro. Mesmo sendo de cor clara, a sua eugenia não é boa, e deve ser expurgado, pois sua origem é negra e considerada inferior.
Finalizando, poderíamos escrever sobre fatores econômicos e sociais que são de suma importância para um aprofundamento da questão. Todavia, existe resultados razoáveis e há avanços consideráveis na questão do racismo no mundo, mas, as campanhas devem continuar de forma mais forte e devem ser elaboradas leis pragmáticas contra esse lúgubre sentimento humano que sempre assolou a humanidade.
Professor Roberto Mirabelli